Olha aí, freguesa. Vai mais uma do mestre Douglas,
para o deleite de V. Sa.:
Acho que as escrituras sagradas escondem algumas
informações. Por exemplo, que existiu mais um dia nos trabalhos do Senhor. Foi
o oitavo dia. Ou o verdadeiro sétimo dia. Sei lá…
Nesse dia, após merecido descanso, Deus criou uma
das coisas mais maravilhosas deste mundo. O queijo provolone.
Ontem à noite foi uma dessas noites em que a tal
"janta" não lhe apetece. Então me acompanharam na refeição noturna um
pãozinho fresquinho, um salame italiano, uma Red Ale e, enfim, o provolone.
Ele. O cara!
É interessante. Detesto leite. Quer ver eu correr
para o banheiro que nem mulher grávida é só eu inalar aquele vapor horroroso de
leite fervendo. Mas adoro queijo. Praticamente todos. E dentre eles o rei. O
todo poderoso… provolone.
Deus, como todo criador, tinha muitas manias. E uma
delas era que, para fluir melhor o seu processo criativo, deveria entregar
todas as suas obras em seis dias. Para evitar ficar "firulando" em
cima do que já estava legal. E eram sempre assim os projetos de Deus. O pessoal
do atendimento adorava isso.
E ocorreu então que Deus criou o provolone depois
de seu descanso. E viu que era bom. Bom pra caramba, por sinal. E então lhe
veio aquela frustração. Todas as pessoas que trabalham com criação conhecem
esse sentimento. Já tinha entregado o trabalho. Isso mesmo. O motoboy já tinha
passado e levado o CD. A nota fiscal já tinha sido emitida. Enfim, o trabalho
tinha sido entregue dentro do combinado. Os seis dias.
Deus pensou angustiado que se ele não tivesse essa
mania tão metódica de fazer as coisas tinha dado tempo de incluir o provolone.
Que história é essa de descansar no sétimo dia? Só
mais uma mania dentre tantas que ele tinha.
Então Deus foi falar com o cliente. Tentar incluir
o provolone no projeto. O cliente, a princípio, foi contra. Disse que estava
ótimo o trabalho daquela forma. Que ele já tinha, inclusive, utilizado na
comunicação de marketing, o fato de toda aquela maravilha ter sido criada em
seis dias. Não dava para mexer mais.
Mas Deus foi tão veemente na descrição das
qualidades do tal queijo que o cliente aceitou. Até porque, pelo mesmo preço
que pagou pelo serviço, ele conseguiu mais esse valioso item.
E ontem à noite, com o pedaço do queijo espetado
numa faca e um copo de cerveja na mão, cheguei à conclusão que só pode ser por
isso que a segunda-feira é tão chata e o queijo provolone tem esse puta preço
absurdo.
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Douglas •